Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!
De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?
Alexandre O'Neill
segunda-feira, 2 de março de 2009
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Gostava muito dele. Convivi também pessoalmente. Um poeta formidável. O seu gato tem muita expressão e isso só um bom fotografo consegue. Um abraço
ResponderEliminarTenho pena que tenha caído muito depressa no esquecimento. A ironia, o humor, a originalidade e os diferentes temas que abordava faziam-no merecer ser melhor conhecido. Para uns tantos será inesquecível. O convívio com ele deveria ser enriquecedor, não?
ResponderEliminarObrigado e um abraço.